O hábito de um povo expresso na letra da música “Sabor Açaí” de Nilson Chaves
Rosenilson Silva
Tânia Jacó
Entendemos que a cu
Em particular, a música chamada “Sabor Açaí” composta por Nilson Chaves e João Gomes, trata um pouco dessa rica cultura falando sobre lendas, mitos, artesanato e do açaí, o mais famoso sabor gastronomico do Pará.
Analisando esse verso da música “... Pelas mãos da mãe do mato. Mãos prendadas de uma deusa. Mãos de toque abençoado...”, este texto fala sobre o personagem de uma lenda, a mãe do mato, que protege e cuida das florestas; que também é conhecida como o Curupira, um ser que possui características de menino, com pelos em todo o corpo e possui os pés virados para as costas.
Em outro trecho da música, a letra fala sobre um mito, um orixá, Oxossi: “...Onde Oxossi faz seu posto...”; que é um orixá de caça e fartura, alguns acreditam que ele faça prosperar as plantações.
Analisando mais o texto da música, outro verso que podemos destacar, é, “... E tua fruta vai rolando. Para os nossos alguidares...”; aqui vemos um pouco da cerâmica da região, alguidar que é um vaso geralmente de barro com a “boca” bastante larga e de profundidade rasa, serve perfeitamente para colher frutas como o açaí; alguns possuem uma pintura particular que é a marajoara, nome dado em virtude de ser característica da Ilha de Marajó.
Dando prosseguimento à letra da música, que em seus versos retratam os costumes do povo paraense com relação ao uso alimentício do açaí, o refrão da referida música retrata o modo como o açaí é consumido na mesa dos paraenses: “...Põe tapioca, Põe farinha d'água, Põe açúcar, Não põe nada, Come e bebe como um suco, Eu sou muito, Mais que um fruto, Sou sabor marajoara, Sou sabor marajoara...” Ao encontro a esse aspecto da cultura paraense o pesquisador, Valdemar Sibinell, afirma: “que só na capital paraense, são consumidos 440 mil quilos do fruto, açaí, por dia. Lá o açaí é mais do que alimento. É uma referência cultural, com poder de encantamento”. Essa afirmativa podese comprovar andando pelas ruas de Belém, pois em alguns bairros, quase em cada esquina tem uma plaquinha vermelha, dizendo: “Vendese açaí” ou simplesmente, a plaquinha vermelha, que simbolicamente o povo entende que ali, vendese açaí, ou ainda, que aquela barraca tem um batedor de açaí, como se chama a prática de bater o açaí na máquina (máquina que separa a polpa do caroço). Porém, o fruto também é manipulado de outras formas como apresenta o referido pesquisador Sibinell: “Nas comunidades ribeirinhas ainda é comum ‘amassar o açaí’: os caroços amolecidos são amassados com água numa peneira até o suco escorrer. Diz a sabedoria popular que o açaí amassado é mais gostoso que o batido e que ‘açaí com cachaça faz mal’. O suco, ou ‘vinho’, é consumido in natura, gelado, com açúcar, ou com camarão salgado, charque, peixe ou carne bovina. Farinha de mandioca ou farinha de tapioca são indispensáveis no acompanhamento”.
Voltando aos versos da música, Sabor Açaí: “...Tu te entregas até o caroço, fruta santa, fruta márti...” , me veio à mente aspectos da cultura do povo com relação às inúmeras utilidades e usos do açaí. Pois, encontramos o mesmo não só na culinária, em restaurantes e lanchonetes como sobremesas em forma de sucos, sorvetes, picolés, licores e até em mingau, mas também, em outros artefatos, como afirma o texto de Valdemar: “Do açaizeiro tudo se aproveita: as folhas são usadas para a cobertura das casas; as fibras das folhas, para tecer chapéus, esteiras e ‘rasas’ cestas usadas como medidapadrão no transporte e comércio do açaí. A madeira, durável e resistente a pragas e insetos, é boa para a construção de casas, pontes e trapiches. O cacho seco vira vassoura ou adubo orgânico e, quando queimado, produz uma fumaça que repele insetos. O caroço serve para fazer artesanato colares, pulseiras, brincos, braceletes e adornos para roupas ou também compõe o adubo orgânico. As raízes combatem hemorragias e verminoses. E o palmito do açaizeiro é usado em saladas, recheios e cremes”. (Sibinell, 2010)
O sabor do açaí abastece a mesa do paraense, mas que também encanta pelos aspectos culturais aqui abordados, portanto, não é atoa o dito popular: “Quem chega ao Pará, parou! Tomou açaí ficou!” Vale ressaltar que em uma simples canção podemos achar várias essências e costumes de um povo, como trata a música aqui analisada, pois assim mantemos viva a nossa cultura; cultura essa que se tratarmos com zelo a teremos sempre presente em nosso folclore, gastronomia, costumes, crenças, danças, música ou em qualquer outro valor que possa possuir o nosso povo.
Analisando esse verso da música “... Pelas mãos da mãe do mato. Mãos prendadas de uma deusa. Mãos de toque abençoado...”, este texto fala sobre o personagem de uma lenda, a mãe do mato, que protege e cuida das florestas; que também é conhecida como o Curupira, um ser que possui características de menino, com pelos em todo o corpo e possui os pés virados para as costas.
Em outro trecho da música, a letra fala sobre um mito, um orixá, Oxossi: “...Onde Oxossi faz seu posto...”; que é um orixá de caça e fartura, alguns acreditam que ele faça prosperar as plantações.
Analisando mais o texto da música, outro verso que podemos destacar, é, “... E tua fruta vai rolando. Para os nossos alguidares...”; aqui vemos um pouco da cerâmica da região, alguidar que é um vaso geralmente de barro com a “boca” bastante larga e de profundidade rasa, serve perfeitamente para colher frutas como o açaí; alguns possuem uma pintura particular que é a marajoara, nome dado em virtude de ser característica da Ilha de Marajó.
Dando prosseguimento à letra da música, que em seus versos retratam os costumes do povo paraense com relação ao uso alimentício do açaí, o refrão da referida música retrata o modo como o açaí é consumido na mesa dos paraenses: “...Põe tapioca, Põe farinha d'água, Põe açúcar, Não põe nada, Come e bebe como um suco, Eu sou muito, Mais que um fruto, Sou sabor marajoara, Sou sabor marajoara...” Ao encontro a esse aspecto da cultura paraense o pesquisador, Valdemar Sibinell, afirma: “que só na capital paraense, são consumidos 440 mil quilos do fruto, açaí, por dia. Lá o açaí é mais do que alimento. É uma referência cultural, com poder de encantamento”. Essa afirmativa podese comprovar andando pelas ruas de Belém, pois em alguns bairros, quase em cada esquina tem uma plaquinha vermelha, dizendo: “Vendese açaí” ou simplesmente, a plaquinha vermelha, que simbolicamente o povo entende que ali, vendese açaí, ou ainda, que aquela barraca tem um batedor de açaí, como se chama a prática de bater o açaí na máquina (máquina que separa a polpa do caroço). Porém, o fruto também é manipulado de outras formas como apresenta o referido pesquisador Sibinell: “Nas comunidades ribeirinhas ainda é comum ‘amassar o açaí’: os caroços amolecidos são amassados com água numa peneira até o suco escorrer. Diz a sabedoria popular que o açaí amassado é mais gostoso que o batido e que ‘açaí com cachaça faz mal’. O suco, ou ‘vinho’, é consumido in natura, gelado, com açúcar, ou com camarão salgado, charque, peixe ou carne bovina. Farinha de mandioca ou farinha de tapioca são indispensáveis no acompanhamento”.
Voltando aos versos da música, Sabor Açaí: “...Tu te entregas até o caroço, fruta santa, fruta márti...” , me veio à mente aspectos da cultura do povo com relação às inúmeras utilidades e usos do açaí. Pois, encontramos o mesmo não só na culinária, em restaurantes e lanchonetes como sobremesas em forma de sucos, sorvetes, picolés, licores e até em mingau, mas também, em outros artefatos, como afirma o texto de Valdemar: “Do açaizeiro tudo se aproveita: as folhas são usadas para a cobertura das casas; as fibras das folhas, para tecer chapéus, esteiras e ‘rasas’ cestas usadas como medidapadrão no transporte e comércio do açaí. A madeira, durável e resistente a pragas e insetos, é boa para a construção de casas, pontes e trapiches. O cacho seco vira vassoura ou adubo orgânico e, quando queimado, produz uma fumaça que repele insetos. O caroço serve para fazer artesanato colares, pulseiras, brincos, braceletes e adornos para roupas ou também compõe o adubo orgânico. As raízes combatem hemorragias e verminoses. E o palmito do açaizeiro é usado em saladas, recheios e cremes”. (Sibinell, 2010)
O sabor do açaí abastece a mesa do paraense, mas que também encanta pelos aspectos culturais aqui abordados, portanto, não é atoa o dito popular: “Quem chega ao Pará, parou! Tomou açaí ficou!” Vale ressaltar que em uma simples canção podemos achar várias essências e costumes de um povo, como trata a música aqui analisada, pois assim mantemos viva a nossa cultura; cultura essa que se tratarmos com zelo a teremos sempre presente em nosso folclore, gastronomia, costumes, crenças, danças, música ou em qualquer outro valor que possa possuir o nosso povo.
Rosenilson Silva e Tânia Jacó são participantes do Mini Curso “Formação de Professores para a utilização das ferramentas de pesquisa, comunicação e publicação do Educarede”, misitrado pela professora Maria do Carmo Acássio NTE Belém Pará.
Sites pesquisados:
http://letras.terra.com.br/nilsonchaves/217034/
http://eptv.globo.com/terradagente/terradagente_interna.aspx?283954
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nilson_Chaves
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